segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Oração às Sete Linhas


Oxalá, Mestre Supremo, Vós que refletis o princípio criador, que sois o vento solar, a ciência do verbo sublime; que fazeis a supervisão de todos os Orixás na Terra, sendo a Luz do Senhor Deus Pai, a consciência cósmica movedora dos universos, abençoai-nos. Iemanjá, Rainha dos Mares, Vós que simbolizais em vossas cristalinas águas toda a verdade e pureza dos mundos terrestre e astral, no poderio de vosso reino líquido, símbolo da procriação e da maternidade, valei-nos. Xangô, poderoso Orixá da Justiça, da lei correta, do direito aplicado eticamente, dono das pedreiras, raios e trovoadas, juntamente com Iansã, Oxum e Obá, dos locais virgens onde vos encontrais, intercedei por nós. Ogum, que sois o Orixá das guerras espirituais, do ferro e dos metais, o Senhor das batalhas astrais, que atendeis nas lutas relativas às demandas materiais, rogai por nós.Oxossi, Rei das Matas, florestas e selvas virgens, caçador de almas perdidas, defensor da fauna e da flora silvestre, que, juntamente com Ossãe, a deusa das ervas medicinais, protegeis a pureza e a essência do ambiente astral de nossas matas, sede por nós. Yorimá, grandioso chefe da linha de Pretos-Velhos, ancestrais de nossos escravos humildes, compreensivos e dominadores das curas pelas ervas, simpatias e sábios conselhos reeducativos, aliviai-nos em nossas dores e sofrimentos. Ibeji, Iori e Erê Superior, que simbolizais a simplicidade, a graça infantil e a inocência das crianças, segundo a orientação do Mestre Oxalá, de que “o reino dos Céus pertence aos pequeninos, que são isentos de maldade”, ajudai-nos no que for possível.Assim seja.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

15 de Novembro - Aniversário de Fundação da Umbanda


A nossa amada Umbanda teve sua origem em 15 de novembro de 1908, quando o Caboclo Sete Encruzilhadas, incorporado no médium Zélio Fernandino de Morais, em plena sessão de trabalho de mesa branca, anunciou que a partir de então daria início a um culto calcado na humildade e na igualdade. Nesse culto, Caboclos e Pretos-Velhos teriam como cumprir a sua missão espiritual. E assim foi feito.

Guiada por espíritos iluminados, a Umbanda abraça a todos sem distinção. Com amor, as entidades que nela se manifestam auxiliam a qualquer um que precise, independentemente de seu nível social, de sua raça e de sua religião. Não há quem esteja num momento de aflição que não receba palavras de luz e conforto dos Guias que nela trabalham.

Nas sessões de Umbanda se apresentam:
Os Pretos-Velhos, com sua humildade e sabedoria.
Os Caboclos de Oxóssi, com sua força e determinação.
Os Caboclos de Ogum, com sua energia e proteção.
Os Caboclos de Xangô, com sua justiça e retidão.
A Linha d’Água, com seu carinho e energização.
As Crianças, com sua pureza e inocência.
Os Baianos, com sua alegria e fé inabalável.
Os Exus, com sua prestatividade e companheirismo.

Assim, quando se adentra num Terreiro de Umbanda com o coração aberto, recebe-se tanta energia, tanta luz e tanta força, que é impossível não se emocionar. A Umbanda é a religião que com base na caridade, engloba fé, esperança, magia, amor, dedicação e resignação. Nos ensina a confiança, nos traz serenidade, nos inspira e nos eleva. Aquele que busca com sinceridade os Guias da Umbanda se fortalece, cresce e se torna a cada dia uma pessoa melhor.
Saravá!

(Autoria: Erica Camarotto)

A História da Umbanda no Brasil

A Umbanda nasceu no dia 15 de novembro de 1908, em um trabalho de mesa branca na cidade de Neves RJ. O Caboclo Sete Encruzilhadas incorporou em um médium de nome Zélio Fernandino de Morais, um jovem de apenas 17 anos de idade, rapaz de uma família aristocrata, respeitável e católica.

De repente, surgindo do nada, o jovem Zélio fora acometido de uma estranha paralisia, que os médicos não conseguiam desvendar. Parou de andar perdendo todos os seus movimentos. Certo dia, para espanto geral da família que lhe assistia na doença, ele ergueu-se do leito e disse: amanhã estarei curado. No outro dia, como se fosse mágica, ele se levantou e andou naturalmente como se nada houvesse lhe acontecido. A medicina não sabia explicar o que tinha acontecido a Zélio.

Um grande amigo da família sugeriu que fosse visitar a Federação Espírita de Niterói, no Rio de Janeiro, presidida, na época, por José de Souza. Era exatamente 15 de novembro de 1908, quando o jovem Zélio foi convidado a sentar-se à “mesa branca”, onde se abriram os trabalhos daquela noite.

Sentado à mesa redonda foi tomado por uma força estranha e superior à sua vontade. Contrariando as normas que impediam o afastamento de qualquer membro da mesa, o jovem Zélio levantou-se e disse: “aqui está faltando uma flor!”. Retirou-se e foi até o jardim, voltando pouco tempo depois com uma rosa na mão, que depositou no centro da mesa.

Essa atitude insólita causou quase um tumulto. Restabelecida a corrente na mesa, manifestaram-se espíritos que se diziam de pretos escravos, índios ou caboclos, em diversos médiuns. Esses espíritos foram convidados a se retirarem pelo presidente dos trabalhos, advertidos por seu atraso espiritual.

Foi então que o jovem Zélio, tomado por aquela força estranha e superior, questionou o motivo que levava o dirigente dos trabalhos a não aceitar a comunicação desses espíritos e por que eram considerados atrasados, se apenas pela diferença de cor ou de classe social que revelaram terem tido na sua última encarnação.
Seguiu-se um diálogo acalorado, e os resposáveis pela mesa procuraram doutrinar e afastar o espírito desconhecido, que estaria incorporado em Zélio, desenvolvendo uma sólida argumentação. Um dos médiuns videntes perguntou então:
"-Afinal, porque o irmão fala nesses termos, pretendendo que esta mesa aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram, quando encarnados, são claramente atrasados? E qual é o seu nome, irmão?"
A resposta de Zélio, ainda tomado pela misteriosa força, foi:
"-Se julgam atrasados estes espíritos dos pretos e dos índios, devo dizer que amanhã estarei em casa deste aparelho (o médium Zélio), para dar início a um culto em que esses pretos e esses índios poderão dar a sua mensagem, e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E, se querem saber o meu nome, que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim."


No outro dia, na hora certa dito pelo caboclo, sem que o médium Zélio pudesse controlar a si mesmo, no jardim da sua casa o Caboclo Sete Encruzilhadas incorporava e todos os médiuns humilhados na mesa branca, não pelas entidades, mas pela falta de conhecimento dos seus dirigentes, lá estavam também para comprovar a veracidade da Entidade. Logo todos os médiuns incorporaram pretos escravos (pretos-velhos) e caboclos.

O Caboclo Sete Encruzilhadas anunciava que o nome dessa nova Luz seria a Umbanda, alguém inicialmente escreveu Aumbanda, logo mais foi corrigido o nome com a orientação do Caboclo Sete Encruzilhadas. Umbanda, palavra de origem sânscrita, também quer dizer: Deus ao nosso lado ou nós ao lado de Deus.

Zélio Fernandino de Morais desencarnou em 1975 aos 84 anos de idade, deixando a grande bandeira da Umbanda hasteada por todo Brasil. Do seu trabalho incansável, honesto e brilhante, resultou a nossa Umbanda de hoje que cresce a cada dia que passa. Faltava no Brasil esta flor trazida pelas mãos de um caboclo: a Umbanda, que já fez conhecida no mundo inteiro.

Oração ao Sr. Tranca Rua

Faço reverência a vós, mistério sagrado da criação, vós que sois a manifestação do divino, peço que possa se manifestar entre nós, conforme nosso merecimento. No seu poder, na sua força e na sua magnitude, pelo caminho tripolar que emana de vós, pelo caminho que só vós conheceis, pela força que só a vós pertenceis e pelo poder de trancar a vós concedido, eu peço:

Que as trevas que habitam em mim sejam trancadas.
Que o ódio e o sentimento impuro que emanam da minha alma, sejam trancados.
Que a falsidade que exala dos meus poros seja trancada.
Que o rancor e a miséria que habitam o meu coração sejam trancados.
Que a dissimulação e a superficialidade que nascem da minha língua sejam trancadas.
Que o egoísmo e a maldade que transcendem a minha mente sejam trancados.
Que a palavra torta que sai da minha boca e o pensamento roto que sai da minha cabeça contra o próximo sejam trancados.
Que a capacidade que os meus olhos têm de amaldiçoar e destruir sejam trancados.

E assim, fonte primária da criação, assim que trancar a tudo isso no seu âmago, pois é na vossa essência que tudo isso de desvitaliza, pelo a vós que:

Destranque todas as portas do meu caminho.
Destranque todas as passagens da minha jornada.
Destranque toda prosperidade material e espiritual.
Destranque o meu coração das amarguras.
Destranque o meu sustento de cada dia.
Destranque os meus corpos espiritual e material da agonia, do desespero e da aflição que me assolam na calada da noite.
Destranque o meu emprego, o meu negócio e a minha morada material.
Destranque o martírio familiar pelo qual tenho passado.
Destranque os meus olhos para as maravilhas do mundo espiritual.
Destranque a minha liberdade.

Pois vós, Força Sagrada do Divino Criador, és o portador supremo da vitalidade!

Salve o mistério Tranca-Ruas!

Laroiê!!!


Oração II - Ao Exu Tranca-Rua das Almas

Senhor Tranca-Rua das Almas, senhor do sétimo grau de evolução da lei maior de Ogum, conhecedor de todas as magias e demandas praticadas por seres sem luz, inteceda em meu caminho livrando-me de toda a energia que possa atrapalhar minha evolução. Fazei de meus pensamentos uma porta fechada para a inveja, discórdia e egoísmo. Dos sete caminhos por ti ultrapassados, foi na rua que passou a ser dono de direito, abrindo as portas para os espíritos que merecem ajuda e evolução e fechando para os que querem praticar a maldade e a inveja contra seus semelhantes. Fazei meu coração mais puro que meus próprios atos; fazei de minhas palavras a transparência da humildade; fazei do meu corpo aparelho da caridade; pois ao teu lado, demanda comigo não existirá, pois estarei coberto por sua capa que protege e abriga seus filhos. Senhor Tranca-Rua das Almas, agradeço por tudo que me fizeste aprender nesta vida e em outras que passei ao teu lado. Rogo por vós a proteção para mim, para meus irmãos de fé, para minha família, e porque não, para meus inimigos. Abençoe e guarde esses filhos que um dia entenderão o verdadeiro sentido da palavra Umbanda. Laroiê, Exu!!!